Entre chuva a gota
Escorria até que pingava,
Era céu que tanto lavava,
O véu da sua amada,
Que molhou o mundo,
No longo da calçada
... Lá estava eu de giz e pedra,
Riscando o sapato que calçava,
Era velha a sola,
Mas ainda dava para jogar à bola,
Lá no pátio da minha casa,
Ou no campo da minha antiga escola.
Hoje o sol que nasce,
Atuando na minha pele enrugada,
Cheio de saudades destas brincadeiras,
De manhã, já desejando na madrugada.
Amigos que era amigos,
Foram estes no tempo de escola,
Hoje mais construímos conhecidos,
Se encontramos um amigo já parece uma história.
Naquele tempo o amor,
Era coisa bonita de se ver,
Que hoje o tempo tá difícil,
Que amar é osso duro de roer.
Será que é a idade que passa,
Ou a inocência que morreu,
Penso ser as modernices,
E da tecnologia que nasceu.
Não quero parecer um tipo sacana,
Mas, da minha infância,
Uma espada fazia com uma cana,
Hoje brinca se às espadas,
Com um comando nas mãos feito banana.
Hugo Dias 'Marduk'