Contos : 

A Sua Vida como uma Alucinação de Massa, A Realidade como um Conceito Estritamente Humano, e as suas Alucinações Privadas

 
Bem, quando dizemos que a realidade é uma ilusão, que tudo o que existe, existe em sua mente, afirmamos, ainda que indiretamente, que toda a sua realidade é uma alucinação. Uma alucinação em massa, por assim dizer. Um "acordo de cavaleiros", feito entre vocês que compartilham essa experiência, para um fim mais ou menos "prático".
Agora, o que vem a ser alucinação, em suas palavras? Alucinação, segundo definição humana mais aceita, é quando um sentido seu acusa algo que não existe. Por exemplo, quando a sua visão detecta algo que "não está lá" ou que apenas você vê, então isso será tratado como uma alucinação. Deste modo, todos os sentidos "alucinam".
Para quem alucina, a coisa é muito real. Pense, toda a sua realidade é garantida pelos seus sentidos. Se um belo dia não pode confiar neles, então, de quê, de fato, é constituída a sua realidade?
Todos vocês resolveram alucinar a mesma coisa, dentro das mesmas regras, isso cria um ambiente comum de desenvolvimento. Do contrário, cada um de vocês permaneceriam em seu próprio "mundinho", e isso não seria bom para o seu desenvolvimento pessoal. Mantenha uma criança trancada sozinha num imenso e lindo parque de diversões, e depois de ela crescer solte-a no mundo, e entenderá o que pretendo dizer.
Eu tenho o meu próprio mundo. Infinito. Os meus associados podem visitá-lo, compartilho-o com infinitos amigos. Mas eu já vivi essa fase da alucinação coletiva e em massa, já "apreendi" o que tinha de aprender. Mas, vocês ainda precisam aprender conceitos válidos para a Consciência, como tolerância, responsabilidade de pensamento e criação, ação e reação, e outras definições válidas para quem um dia usará os poderes infinitos do pensamento, compartilhando e retroalimentando um universo mental infinito.
Já falamos de palavras aqui, e da linguagem humana. Ela é bem restritiva e incompleta. Alguns conceitos vocês mesmo criaram. Entre eles, essa tal palavra, "realidade". Ela só existe na terra. Com realidade você pretende criar uma fronteira entre aquilo que você admite e o que não admite. Aquilo que você "vê" e "sente", pertence ao universo, ao reino do manifestado. As outras coisas não pertencem a nada. Então você criou a palavra "realidade" para separá-las. Mas, quem é o ser humano para ser o porta-voz universal do manifesto? Por que o ser humano acha que ele é quem é o mais capaz para exprimir e representar tudo o que existe? Logo o ser humano, tão limitado fisicamente e tão pobre em capacidade mental. Muitos insetos tem mais olhos do que o ser humano, não apenas mais em números, mas mais capazes em enxergar ondas e frequências. Por que então o homem se acha no direito de balizar a realidade? Se os seus sentidos são tão imperfeitos?
Se uma pessoa que alucina, alucina sozinha, foi porque ela momentaneamente e inconscientemente escapou daquele velho acordo de dantes. Mas a realidade dela é tão concreta quanto a da massa alucinada. Veja bem, não existem alucinações. Existem percepções da alma, elas podem ser individuais (regra), ou coletivas (a sua realidade).
Quando você morre, você escapa a essa regra. Então, a sua realidade passará a representar as suas expectativas e emoções mais profundas. Por isso é tão importante que você seja uma pessoa equilibrada e boa.
Mas, mesmo aqui, você tem suas "alucinações" privadas ou pessoais. Uma delas, mais superficialmente, é a sua visão de mundo. Como dito antes, totalmente pessoais e próprias. Podemos evocar seus sonhos também, embora alguns sejam coletivos.
Daremos um exemplo para mostrar a vocês como as "alucinações" privadas trabalham e o que as motivam. Isso poderá levar você a fazer uma comparação com a sua vida diária - sua alucinação compartilhada mais próxima - e a razão razoável por trás dela.
Vamos lá: Chamemos esta pessoa de Carmem. Ela foi uma enfermeira muito competente e dedicada. Um dia o seu hospital pegou fogo, ela salvou algumas crianças e pessoas. Mas, parece que o trauma fora grande. Ela padecia de crises de pânico e sonhos recorrentes sobre o incêndio. Ela também tinha muitos sonhos lúcidos e repetitivos, de que acordava sempre dentro de um mesmo sonho, até descobrir que ainda estava sonhando. Então, ela parecia acordar, mas ainda estava dormindo.
Também, em seus dias normais, quando ela tinha "certeza de estar acordada", ela tinha estranhas alucinações. Ela via rostos estranhos, espíritos e aranhas que pareciam persegui-la em seu novo emprego em um outro hospital.
Como visto, isso tornava a vida dela quase insuportável. Tudo o que ela amava e gostava de fazer de repente pareceu estranho e hostil, e ela começou a perder o encanto...
Ela procurou ajuda, mas ninguém dizia nada a ela. Então, ela deu por si sobre uma ponte, pronta para se jogar lá de cima. Foi ai então que alguém apareceu. Um homem aproximou-se e disse: Você não precisa fazer isso. Já está pronta.
E ela quis saber pronta para quê.
E ele a respondeu: Para abandonar a sua antiga existência.
E foi nesse momento que um "flashback" a levou de volta ao momento do incêndio do hospital, quando ao tentar resgatar a última pessoa uma viga caiu em sua cabeça matando-a.
Ela não aceitou esse fato de bom grado. O ego dela continuou por si mesmo a simular "alucinar" a sua existência antiga. As crises que ela tinha, as alucinações dela, a vida insuportável que ela passou a viver, foi uma outra parte dela, tentando acordá-la. Tentando traze-la de volta. Mas ela só poderia fazer isso por si mesma. Mas ao tornar a vida dela ruim, ela pode finalmente virar a sua atenção para outro lado, e se desapegar das antigas percepções.
Essas alucinações privadas não são raras. Constantemente você é forçado a olhar para outras direções. A Consciência humana não recebe bem o novo. Principalmente se esse "novo" não se enquadra nas suas preferências ou costumes. É um engessamento do ego, da qual estamos tentando te libertar.


j

 
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London
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