MONTANHA AZUL
Era criar um arco, era um barco
Azul que eu bebia no copo
Entre o arco e o barco tinha um corpo
Todo azul como lago profundo, alma leve
Entre o barco e o arco havia uma montanha
Dessa montanha eu pescava o espaço e o corpo
Onde tua alma era leve como pluma
Era a leveza desse azul na pureza desse corpo
Me cega a ausência do teu olhar nesse espaço
Me emudecem a falta de tuas palavras
Me paralisa não ver teu caminhar
Me torna nada não ter-te nos braços
Vou pescando lagos azuis e espaços
Na certeza de ver-te azul, sem reclamar
Só por quereres ser o azul dessa montanha
José Veríssimo