Quem morreu não foi
eu: foi o homem, o Estado
e todos os subjetivismos.
Quem nasceu não foi ele:
foi um século de limitação
intelectual, negação dos indivíduos.
Que assentiu foi o fraco.
com medo de um embate
feroz com o destino.
Logo, sou o nada e o tudo
coexistindo em um longo
e imenso desatino.
Posso até ser o impulso
desesperado e exasperado
de roubo na máquina estatal.
Sou a fanática consequência
lógica de minha distopia que
se configura uma utopia.
Sou o indivíduo que agride
a propriedade privada, sendo
o seu único defensor.
Sou o tudo e o nada
coexistentes nas utopias tão
autoritárias quanto o ego!