Ainda não sei de nada!
Se a curva é reta,
Ainda não aprendi
O sexo da inseta.
As pessoas passam,
Homens passados,
Mulheres passadas.
Todos muros de lado
E os rios no meio,
São fontes e seios.
Ainda não sei de nada!
Porque falta alimento
E sobra tormento,
Pelo mundo a fora?
Num mundo que nem há graça
E o feliz palhaço é de graça,
Nem oro por ele e me sinto palhaço.
Ainda não sei de nada!
O que é tudo aquilo?
Minha comida a quilo;
E não tenho dinheiro.
Meu leite a litro?
Minha vaca a palito;
E não posso comprar.
Ainda não sei de nada!
A juventude que não envelhece,
São ossos e olhos que apodrecem
Nas celas e nas terras, vadias e vazias.
Ainda não sei de nada!
José Veríssimo