Cala-me a alma.
O que sou e grito.
Arranca-me o peito.
Não tem mais jeito.
Tudo que sinto
E não minto.
Pouco importa agora.
Vou por aí...
Onde o canto é livre.
Onde se vive tudo
Que não se viveu.
Onde o Amor é livre.
E respeitado como prece.
Onde a poesia,
Mais que as palavras,
É a estrada.
Onde se grita e canta.
Onde o Amor encanta.
E o choro é livre
No sol ardente e no poente.
E na longa madrugada,
Fruto do cio, o filho nasce.
Órfão de pai.
Filho gerado
Nos desejos sufocados
Da mulher mulher só...
Tal a poesia.
Da poesia com o amor.
Nasce a Paixão.
Uns aplaudem.
Outros contestam.
Final do dia
Outro filho eclode.
Mantém-se vivo.
Exuberante.
Mesmo cativo.
E na folia. A alegria.
É o casamento do Amor
Com a Poesia.
O filho grita e se agita.
Ele é o enrredo.
O seu sucesso é o segredo.
Vera Salviano