Se tudo é consciência, como afirmado aqui, se nada é concreto e absoluto por si mesmo, então como ficaria as relações entre os "seres" naquele reino, onde não existem imagens e nem limites em que se basear?
Primeiramente, há de se saber, que imagens existem e limites existem sempre que a consciência quiser e precisar criá-los. As imagens são uma das muitas formas que a consciência usa para exprimir, traduzir e representar a sua natureza interior. As imagens, os mundos, as realidades do "lado de cá" são muito mais vívidas, exuberantes, encantadoras e vitais do que a realidade cinza que a terra possa tentar reproduzir. A pergunta na verdade seria: Como as diversas consciências interagem, como elas definem seu "espaço" de atuação, e como se identificam umas as outras?
Ao revelar a você umas dessas formas, estaremos também ensinando-lhe a mudar o foco de sua consciência. Com o foco redirecionado, você poderá ampliar o seu conhecimento, visualizar entidades antes despercebidas e mudar a sua própria personalidade. Para isso, precisaremos que você faça outro exercício mental de criatividade: Imagine várias faixas sobrepostas umas as outras, como se cada uma dessas faixas, partindo da de cima, fosse uma frequência diferente. A primeira faixa seria de cor clara, as subsequentes, em sentido descendente, escureceriam o tom, como se você estivesse fechando gradualmente os olhos até a escuridão total representada, aqui, pela última faixa.
A primeira faixa, a mais clara, representa, e na verdade é, a sua consciência desperta. Ela é o você do dia a dia, do momento em que acorda até o momento em que vai dormir. Ela é o você condicionado por sua cultura, noção e valores. O você que lida com os seus afazeres diários, que acredita nas coisas que acredita porque cresceu e se desenvolveu num meio que lhe acolheu e do qual você herdou os seus valores.
A segunda faixa/frequência, um pouco mais escura, é o você que dorme. A sua parte que processa as informações do dia, aqueles acontecimentos e experiências que passaram despercebidos pelo seu ego, mas que agora, processadas por essa outra parte sua, adicionará ao seu ego continuamente o que antes eram apenas símbolos em experiências profundas. Se é uma pessoa observadora, já deve ter notado que essa parte sua não usa muito o raciocínio lógico. Seus sonhos são absurdos, desconexos e sem sentido de construção, mas essa parte sua raramente questiona isso. Como já dissemos, a parte sua que usa a razão, ou como já dissemos, a capacidade de medir e comparar as coisas, só tem função aqui nesta sua realidade "concreta". Porque aqui você precisa "sobreviver" e ponderar as coisas, e sempre é uma vantagem extra. Mas, do outro lado, no mundo imaterial da consciência, isso nem sempre é necessário, lá você está livre das necessidades físicas.
A terceira faixa, num tom mais escuro que a segunda, é o limiar entre o seu sono mais profundo e o reino das consciências livres. Aqui, você começa a perceber que os seus pensamentos se misturam a outros pensamentos. Ouve vozes, tem ideias que muitas vezes lhe escapa ao despertar, tem sonhos/experiências mais lúcidas e os seus sonhos não são tão irregulares e sem sentido como os outros. Aqui, nessa frequência, você tem premonições, intuições profundas, encontros com outras consciências que vem lhe visitar. Se pudesse se lembrar desses momentos, os chamariam de "sonhos lúcidos".
A quarta faixa, sempre descendo e escurecendo, no sentido de interiorização da consciência, traz-lhe finalmente a sua dimensão original. O lugar de onde veio, o mundo espiritual, como vocês nomeiam. Aqui, vai perceber claramente, que pensamentos alheios tomam a sua consciência. A sua noção de ego perde o valor, porque você se pega de repente, fazendo parte de uma estrutura conjunta de personalidades. Você, se não tiver experiência, temeria a dissolução de sua identidade, devido a tantos pensamentos estranhos a você. Mas é aqui que você percebe que sim, você já é um ser individual, apesar de pertencer ao Todo. E é aqui, que por isso, você reafirma a sua identidade, só que multiplicada. Aqui também, você passa a compreender que você só perceberá aquilo que você é inclinado a perceber. E todas as outras consciências iguais a sua, com o mesmo pendor, divide a mesma frequência. Vocês veem, ouvem e compartilham a mesma experiência. Isso em seu mundo você chama de dimensões. Então, as consciências percebem o que querem perceber e dividem isso com outras iguais a elas. Dito isso, que você pode chamar de dimensões, existem infinitas variedades e possibilidades, e você só percebe aquela que tem inclinação natural para perceber e entender. Em geral, consciências mais evoluídas podem perceber "frequências menores" que a sua. Dificilmente uma consciência perceberá uma frequência maior do que a que ela está habituada, isso porque ela não entenderá e nem processará aquilo que se passa. Há exceções é claro, e quanto mais evoluída uma consciência for, mais facilidade de acesso ela terá a "dimensões" superiores a sua.
Em "vida", você pode mudar a frequência de sua atenção, até onde a sua consciência estiver apta a atingir. Você pode fazer isso andando na rua, no seu trabalho, almoçando, meditando, pulando amarelinha, enfim, de qualquer forma, só depende de treino.
O procedimento é o seguinte: Como dito, você desperto, em sua consciência normal, está na faixa de frequência branca. Então, de repente, imagine-se descendo até a faixa posterior mais escura. Só essa imaginação fará a sua consciência se alterar, você perceberá isso. O mundo ao seu redor não aparecerá mais tão nítido, e alguém dirá que você está distraído. Fique algum tempo aí. Perceba as sutis diferenças, as nuances próprias desse estado de percepção. Gradualmente vá descendo de faixa, sempre entendendo o que cada uma delas significa e onde elas te levarão.
Fazendo esse exercício, em breve você se abrirá a uma maior percepção da realidade que permeia você. Ficará mais "sensível" a interferências exteriores, e verá, literalmente, o mundo com outros olhos.
Você pode aproveitar que já está fazendo esses exercícios diários, e mudar também a sua personalidade, se você não estiver satisfeito com a sua, é claro. Se você se acha muito nervoso, ansioso, cruel, preconceituoso, estreito... você pode, a cada mudança de faixa, visualizar que agora tem um comportamento e um pensamento diverso do que o contraria. Isso porque, como já dito, a sua personalidade não é o você real. Ela é apenas o produto da sua experiência de vida, da sua educação, da sua cultura, do seu meio e da hipnose social que você divide.
Não apenas os sonhos são simbólicos, toda a sua vida é um símbolo. A consciência traduziu o seu interior num exterior. Você faz isso quando pinta um quadro que imaginou em sua cabeça e o qual lhe agradou. Você pega a tinta, os pincéis e a tela, e materializa o seu pensamento. Na sua vida, você materializa os seus anseios, as suas expectativas e os seus pensamentos.
Veja o modus operandi dos sonhos: Jeff London compartilha com muita gente o gosto por animais, sobretudo os cães. Ele sempre gostou, desde a sua infância, quando assistia a especiais de Natal na Televisão, de um pequeno cão de uma certa tira de quadrinhos chamada, Peanuts. Para quem desconhece, pode ser traduzida por Amendoins, ou mais popularmente, Snoopy. O seu gosto se traduz em muitas revistinhas, bonequinhos e desenhos animados do personagem, e ele sempre nutriu uma admiração saudável pelo autor de tais historietas. Pois bem, um dia, o autor resolveu prestar-lhe uma homenagem e agradecer pelos bons pensamentos que Jeff London nutria por ele.
Observe o simbolismo de cada ato, eis o sonho: Jeff London estava numa enorme feira, pois lá estaria o autor das tiras para dar autógrafos aos primeiros que chegassem. Jeff era o último da fila. Muita, muita gente estava presente, e ele já se conformara, tristemente, que não iria ter o autógrafo e muito menos conhecer o autor.
De repente, uma mulher vestida de branco aparece, e diz que tudo está muito desorganizado, e que precisaria de uma mínima organização para que pudessem ver o autor. Então aparece um sargento do exército, um senhor agradável - mesmo que isso seja um contra senso - e começa a colocar todos em forma, à maneira do exército. Fila e organização marcial.
Jeff não aprova muito esse tipo de controle de massa. Então, frustrado, ele faz todos os movimentos errados. O sargento, ainda sempre agradável, vem auxiliá-lo em seus movimentos. Para isso, ele toca em Jeff, guia as mãos dele no movimento correto, endireita o seu corpo como que num abraço, entre outros tantos contatos. Mas, Jeff, continua rebelde, sem fazer nada direito.
O sargento então, sorrindo, o castiga, mandando-o para o canto do muro, de rosto virado para a parede, até que o mesmo aprenda a se comportar.
Lá, no castigo, Jeff tristemente se penaliza, pensando que realmente mereceu o castigo, e que mereceu também não conhecer o autor. Ele não fora digno o suficiente. Então, nesse momento, um cão de tamanho médio, parecendo um vira-latas pintado , pula de repente o muro, e muito animado pega algo no chão, come, passa por Jeff, e pula de volta o muro. E é nesse momento que ele acorda.
Esse sonho passou despercebido por muito tempo. Até que um dia, Jeff London comprou um livro que era a biografia do autor. Lá nas fotos estavam o sargento que o ajudou no sonho, e o cão pintado que pulou sobre ele. Eram, respectivamente, o autor e o seu Snoopy. De todas as pessoas "presentes" na feira a espera de um autógrafo, Jeff foi o único que de fato recebera um abraço do autor e conhecera o verdadeiro cão por trás do Snoopy.
O amor, e todas as palavras relacionadas a ele, costumam ser encaradas pela maioria das pessoas como algo piegas e clichê. As pessoas que pensam assim se enquadram naquela categoria de faixas, simplesmente estão atentas, ou vibrando, numa outra faixa de percepção. Claro, perceberam já que em seu mundo, muitas pessoas existem que vibram em faixas diferentes de percepção. Então, entendam, que uma das funções de seu mundo é essa mesma, fazer você conviver com pessoas que em outra realidade, você não conviveria, e sequer perceberia, já que elas estariam em outra faixa de vibração.
Agora, o amor é um sentimento que diz respeito mais a você do que os outros. A pessoa ou a coisa amada não é o grande beneficiado pelo amor. Mas sim quem ama. Veja bem, você cria a sua realidade de acordo com as suas expectativas, não é mesmo? E se você não amar nada, o que será de sua realidade? Pare e pense.
O amor é o "raciocínio lógico" da consciência verdadeira, ela sabe que sem ele a sua realidade seria miserável.
Agora, o amor que se fala aqui não é o amor sexual, o amor fanático, o amor egoísta, o amor material e sem propósito. É o amor puro, o amor simples, aquele desinteressado e desprovido de ego. O amor impalpável, imaterial, nunca traduzido e nem encontrado pelos poetas, talvez eles o tenham buscado nos lugares errados. Quem sabe ele se encontra, ali, depois da segunda faixa...
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