Agora que nos perdemos
atracados no silêncio sempiterno,
feridos pelos severos, cruéis e inquisidores
verbos, e tomados por rancores
insanáveis;
após caminhares
pelos bailes da vida, quando as cortinas
do grande espetáculo estiverem
a se fecharem,
dize-te
de ti mesma,
ao olhares teu rastro
pelos caminhos perdidos
da vida,
sobre teus prazeres
calcinados, sobre tuas as paixões
desvairadas, e sobre teus amores desvalidos,
para que inscreva
em tua lápide
fria:
“Aqui jaz quem
pensava ser um anjo de luz,
mas era eu, simplesmente
uma cadela humana!”
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)