OUTRO EU ATEU!
Levantei-me,
não, não quero dizer nada,
quero que seja outro eu a dizer.
Estou à espera, espero,
espero, mas, o outro eu nada me diz!
Estará bem?
Estará feliz?
De vez em quando,
quando não o espero aparece-me,
mas, agora, espero, espero,
aguardo que apareça,
enquanto não faço figura de parvo
e quase perco a paciência,
mas, eis que, aí vem ele; o outro eu:
-Olá. Chamaste?
-Sim. Queria que fosses tu a fazer um poema,
sobre o mundo, sobre a situação.
-O quê? Outra vez?
Foi para isso que me chamaste?
Porra! já te disse que não vale a pena.
Manda o mundo à “puta” que o pariu! A sério!
-Mas, então, onde fica a esperança e o amor?
-Tretas- Então, não vês que já veio o Maomé e seu Alá, também Cristo,
mas, o mundo continua nisto; num terrá tátá,
ou por Cristo ou por Alá. Tem juízo
O outro eu foi-se embora
Tomei meu café.
O poema ficou por fazer!
O outro eu é um ateu!
Dou-me bem com ele.
Para nós qualquer deus tanto faz,
logo que haja amor e paz!
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Autor: Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque- Gondomar-Portugal
Figas