Não tenha pressa, caça logo teu jeito
Pode me procurar, gosto da madrugada
Que me vigia, Santas madrugadas
Que não sabem nada do dia
Madrugadas tirando a saia do amanhecer
E na maior calma o amor se desnuda
Dentro de cada um há um amanhecer diferente
Gosto de ver o dia pelado, correndo como louco
Pra chegar à noite e se esconder
E o sol batendo palmas enquanto amores labutam
Gosto de ventos que me procuram
Das palavras que a mente não sabe
Gosto do olhar fotografando o silêncio
Árvores que brotam em minha mente
Rios que deságuam dentro de mim
Coelhos que me acordam de madrugada
Enquanto pássaros declamam meus versos
E a montanha respira meu ar de amor único
Vou indo fazendo da estrada meu caderno, meu poema!
José Veríssimo