Poemas : 

QUADRAS AO GOSTO POPULAR II

 



Há quem me queira pelas costas
e há quem me queira bem.
Mas se as ditas estão expostas,
palmadinhas não dou a ninguém.

Sou muito eu e assim está certo,
dos outros não me intrometo.
Mas acaso vir-te aqui por perto,
meus ensinamentos prometo.

Nada sei que outros o não saibam,
pois tudo o que aprendi foi na rua.
E se na minha mão só uns caibam,
amigos não se abrem com gazua.

Podes estar deveras contra mim,
mostrar-me até teus argumentos.
Mas se acaso, não sabes de ti,
de que te servem os pensamentos?

Já vi por aí muitos doutores,
com licenciamentos e sabedoria.
Melhor ficariam como trovadores,
a cantar para outra freguesia.

Nunca desejei mal a ninguém,
mesmo quando ofendido.
Só sei que muitos ficam aquém,
do que pelos outros é pretendido.

E há ainda aqueles que, da verdade,
julgam-se sumamente hereditários.
Mas quando os vejo fazerem alarde,
mais não são que rufias ordinários.

Mais vale só, que mal acompanhado,
lá diz o nosso velho adágio.
Eu gosto de ter meus amigos ao lado,
esse é o meu maior apanágio.

Jorge Humberto
24/02/08

 
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