A Clara conduz, pele e folha ao sabor da luz
Na pele negra, destino certo como o sabor da boca
Pelo que conduz vidas certas e te faz clarear em dia
Ilumina-te Clara de pele negra, de pura oração
De beira mar, que folha viva, que pra longe o vento leva
Que destino longe, que o olhar mira, o mar brinca, mar homem!
Mira Maria, Chico, Bastião, Graça e Eva do grande sertão
Mata em chamas tua raça, da folha seca tirastes a tua pura cor
Não há água, nas tuas folhas queimadas aumentas a dor
Maria de todos os santos, de sangue vermelho, pele negra
Tempo rastreado na mente do coração, marcas nas pernas
Coração livre, sem correntes, preciso de um vento com asas felinas.
Precisa liberdade meu poema!
José Veríssimo