Lendo poemas de amor
minha alma tonta e torta
despede-se do corpo.
Longos dedos não tocam o piano de Bach.
Desintegram-se numa tarde de dezembro,
quando adormece o sol
atrás duma montanha
no Oriente Médio.
Ensaio passos na chuva
desapareço nas pontas
das estrelas de papel.
Separo o sal dos rios
nas cores dos tapetes
comprados em Bagdá.
Sinto a agonia das palavras
sufocadas na tua boca.
Poemas em ondas deslizam nas águas.