MEIA NOITE!
Meia noite!
Que noite!!!
Eu na noite!
Mais uma noitada!
A noite precisa de mim!
Quem sou eu?
As noites!
Todas as noites me levam a passear!
São viagens curtas,
entregam-me, sempre,
em cada nova aurora,
para apanhar mais um pouco de sol,
para respirar mais um pouco da brisa do mar, passear meu olhar por jardins,
distribuir amores e afetos, receber, dar,
e sempre de dia, com a vida me espantar,
até que chega a noite, que me embrulha,
e me leva, noite fora, e novamente,
me desembarca no porto da aurora!
Por que me faz isto, a noite?
Por que é que a vida não é sempre dia?
Qual a razão da divisão noite e dia?
Deito-me.
Me cubro e me descubro,
e penso que a noite é a tristeza do dia,
assim com também da alegria,
assim como não há comédia sem tragédia,
e assim se reparte a vida!
Quando a noite na aurora me desembarcar,
verei, no palco do dia, o que se está a representar:
Comédia ou tragédia?
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Autor: Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque
Figas