Uma pomba branca como a neve
recebe uma bala de chumbo
em seu peito
manchando suas penas
com a cor de batons
que pintam a noite.
Me olho nos olhos
e um desconforto rasteja
em meu peito,
as nuvens se distribuíam
pelo céu como grossas pinceladas
de ódio e beleza.
Recebo a visita de um lobo
que logo me abandona,
ficar revirando essas profundas camadas
está me deixando enjoado.
Me contenho
me deito
e em algum momento
o sono dá a sua graça,
como uma breve chuva de verão
no meio de uma tarde ensolarada
onde é possível ver os amarelos e vivos
raios solares bombardeando
as grossas gotas de chuva.
É como se eu fosse causar
uma grande tempestade a qualquer
momento.