… as palavras,
meu amor, elas perderam toda
sua utilidade;
sim, as palavras
que eu usava para tentar compor
para ti o poema perfeito,
as palavras
que eu usava para dizer como eras linda
e como te amava,
as palavras que
aquieciam nossas imaginações e nos causavam
espasmos e fantásticos
orgasmos mentais,
as palavras
com que inauguramos a tudo que quisemos,
da forma que quisemos no glorioso
infinito que inventamos.
As palavras,
as palavas,
as palavras, meu grande amor
que se deitou seduzida pela eternal
morte;
elas não
têm-me servido para mais nada
a não ser para remexer as areias desérticas,
e nelas, dolorosamente, demonstrar
meus lamentos e angústias!
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)