Sou pedra e água,
Ou apenas o rumor da língua
Na escalada da palavra.
Ou estes morros sobranceiros
Catedrais visíveis apenas em inocentes mãos,
Em forma de asa.
Sinfonia muda...
Claro-escuro de mim em cada sílaba.
Como o som dos ventos
Que na noite se encandeiam,
Sem os vermos,
Nem o destino cobrarmos.
Rente estilhaçar das formas,
Apenas pressentidas
E guardadas na memória.
Apenas rima. Não poema.
Serpente mordendo a própria cauda.
Que outra glória?! - Nem bússola, nem guia!
Apenas o declinar da aurora
E a tarde pura
E a límpida palavra
Esgravatada na fundura,
De silêncios plena.
Sede e água cristalina entre os dedos.
Como areia...
Luz&Sombra
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