UM POÇO
Em vez de me leres
lê estrelas
Em vez de me escutares
escuta ventos
Em vez de me olhares
olha o sol
Escuta sons das florestas.
Passeia teu olhar por horizontes de mares
e vastidões de desertos
Não.
Nenhuma palavra,
mais uma e mais outra,
não preencherão teu poço infindo!
Vazio de saber!
Eu, que agora escrevo,
que agora me lês,
não queria mais escrever,
só me queria conhecer.
Tenho tanto, tanto por saber,
que bem tento olhar e escutar,
para tentar preencher meu poço, infindo,
ainda vazio!
Porém, desertos tão vastos!
Tantos horizontes de mares!
Tantas florestas cerradas!
Tantos céus estelares!
não cabem no meu poço!
que fica por preencher!
Quem tão grande poço tem?
Não sei se o teu,
que acabou de me ler.
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Autor: Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque
Figas