Ando perdida por aí,
Numa estrada sem fim.
Tentando encontrar você.
Tentando encontrar a mim.
Não olho pra trás.
Fito-me no nascente.
Ali onde você sempre chega.
E me alegra novamente.
Chega...
E já sentindo sua ausência,
Me perco no vazio de um quarto.
Percorrendo sua fotografia.
Silencio. Desejo. Quero.
Espero.
Chega...
Com esse olhar penetrante.
Como intensa luz me atravessa,
Faz-me metade da sua outra metade.
Chega...
Que sorriso mais lindo.
Seja sempre bem vindo.
Você eu já esperava.
Numa espera incessante
E por um instante pergunto:
O que é que espero?
Esse olhar cativante, esse riso
Que me tira o juízo.
Chega...
Também perdido.
Sofrido.
Doído.
Sonolento de tantos tormentos
De noites insones.
Chega...
E logo põe a falar
A linguagem que só quem ama entende.
Somos metades carentes.
Quisera eu, ser a dona desse seu olhar.
Quem faz você respirar e sonhar
De prazer e amor morrer.
Quisera ser eu, a dona desse sorriso.
Que me tira o juízo.
Que me leva para além de mim mesma.
Chega...
De alma aberta, desperta.
Embora sofra, sem o remédio que cura.
Olhando você, sinto falta desta distância
Entre o seu pensar e o meu querer.
Entre o meu querer e o seu pensar.
Olhando você, numa fotografia
Sinto-me em ebulição.
Em você mais me perco.
Morro de paixão.
Vai...
Não tarde muito a voltar.
Seja, que por instantes,
Meu céu e meu mar.
Permita-me em você afogar.
E se achar que é loucura
Junta com a tua.
Que percamos o juízo.
Mas experimentemos o paraíso.
Não para . Não pensa.
Esqueça a razão.
Você é porto.
Eu, solidão.
Vera Salviano