Prosas Poéticas : 

O choro da poesia

 
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No destempero da poesia,
Mãos se curvam
Na vaga luz da madrugada,
E nas curvas da lua
Procuram o amanhã
Que lhes adoce a ilusão.
Oh! Que loucura!
Encharcam o papel
Com lágrimas de tinta
Em um choro secular,
Choro excecional,
Intransmissível
E sem imitações.
Mas homens choram,
Tentam imitar estrelas
Perdidas no tempo
E eternizadas
Nas curvas da vida.
Homens choram a dor
Que as mãos não curam,
Por mais que moldassem
Palavras em quiméricos versos
Que a mente lhes fornece.
Mãos que se curvam
Na dor das palavras
Não trazem ao presente
O gemido dos papiros
Que alguma mão pintara
Atrás do tempo
Com versos d’ouro

Adelino Gomes-nhaca



Adelino Gomes

 
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Upanhaca
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Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
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Enviado por Tópico
ÔNIX
Publicado: 26/10/2017 13:41  Atualizado: 26/10/2017 13:41
Membro de honra
Usuário desde: 08/09/2009
Localidade: Lisboa
Mensagens: 2683
 Re: O choro da poesia
Gostei do dourado tempo dos versos, presentes no seu poema.

"Encharcam o papel
Com lágrimas de tinta
Em um choro secular"

Simplesmente fantástico o "gemido dos papiros", e os "versos d'ouro"

Gostei muito de ler este poema.

Onix


Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 26/10/2017 14:13  Atualizado: 26/10/2017 14:13
Usuário desde: 03/09/2012
Localidade:
Mensagens: 18165
 Re: O choro da poesia
Adelino
Gostei imensamente!
Beijos!
Janna


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/11/2017 15:22  Atualizado: 03/11/2017 15:22
 Re: O choro da poesia
As palavras sentem os gritos que vem da alma, onde a reta da vida é somente a dor


Enviado por Tópico
Volena
Publicado: 04/11/2017 12:28  Atualizado: 04/11/2017 12:28
Colaborador
Usuário desde: 10/10/2012
Localidade:
Mensagens: 12485
 Re: O choro da poesia P/Upanhaca
...desde os papiros que as lágrimas molham as palavras escritas que humedecem os corações e os olhos de quem lê com amor e emoção. Feliz fim de semana Vólena