Este amor encrostado em palpitante peito
Feito sopro de calor de um sol levado
E que embala as noites, em que me perco,
Ardendo em chamas, por teu amor petrificado...
Arde aqui dentro, oh! amargura e dor...
Quem ateou em mim o tal ardor?
Serão os cometas que não sentem calor?
Ou as luas prata, do teu colar sem cor?
Quero te amar, doce rei ardente!...
Regando meus olhos, com tua manta aura,
Toque-me o corpo, tal qual semente...
Que germina no calor, da tua alma,
Se estou na infernal colina,
Queimo às cinzas, das malvadas sinas!
(Ledalge, abril de 2007)
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)