Hoje, justo hoje que cedo acordei.
O dia amanheceu silencioso.
É que as pessoas ainda dormem
Sono pesado, de noites mal dormidas.
Oh, vida! Que cerra os olhos e escancara o coração.
Triste visão pesada.
Ontem eu sonhei
Que hoje tudo vai mudar.
Tudo será diferente.
Por que agora calas, bocas e mentes?
Quisera eu só acordar, com gente contente.
Este silêncio matinal
Me apavora e tortura.
Que loucura!
Deixar escorrer entre os dedos
Essa vida que de linda e tanta
Já nem sei mais quantas...
A gente deixou de amar e se fez só.
Oh, vida! Que cerra os olhos e escancara o coração.
Quisera eu ser a chave que te abre
E acalenta teu coração...
Por que agora, vives nessa prisão?
Quem te jogou pedras e feriu?
Quanta solidão!
E eu aqui, neste mundo sem fim.
Nocauteada por este teu silêncio.
Inerte, como alguém na janela.
Que espera.
Apenas, ver a banda passar.
O que te faz insensível?
Ah, não. Logo esse vulcão, de sentimentos desvairados...
Perdestes o prazer pelas coisas tangíveis.
Acorda amigo. Novo dia te espera.
E bem sabes, que és uma fera.
Talvez , brigastes com vida.
Escondestes na lua fingida.
Que te quer pegar pelo pé.
Ou tornastes refém dessa dor
Que nada mais é, que a dor do amor.
Todo meu carinho já te dei.
Todo meu pranto chorei.
Fiz juras secretas.
Lancei-me aos teus pés,
Como reza, palavras contidas.
Numa paixão escondida.
Não te basta esse amor,
Que de louco e tanto,
Faz do teu riso um canto.
Do seu olhar, um mar.
Onde toda noite me afogo.
Ah, voltes logo para mim.
Joga fora essa toalha,
Que te cobres e escondes o corpo.
Vamos viver este amor tão louco.
Vamos tomar em nossas bocas
Este vinho suave e de carinhos.
Vamos entrar na nave
Que no céu caminha.
Vamos viver em outro ser astral.
Quero viver o amor mais real.
Que de tão profundo.
Nos faz correr o mundo.
Só buscando e vivendo
Toda a felicidade que nos espera.
Vamos nessa?
Vera Salviano