Geme a alma, carente, castigada esculpindo o ser
Fugitivo que forjo neste destino excursionando pelos atalhos
De um mundo primitivo guarnecido por versos insanos e instintivos
Ao anoitecer chega o silêncio quase petrificado
Deixando no ar as essências da sua escuridão inibitiva
Contristada acamando meus ais e lamentos mais receptivos
Domei cada hora calcorreando o dorso da solidão
Deixando sob disfarce aquela ilusão patenteada por
Um pasmo e devorador desejo ali cativo
Lenta, lentamente embebedo-me da manhã despontado
Invulgar e depurativa standartizando todos os beijos casuais
Sussurrando nos becos da minha solidão insatisfeita e factual
Recreio-me pelos pastos alados projectando nos céus
Virtuais um vassalo silêncio rumando à catedral das
Minhas memórias onde a fé imerge imperativa e unilateral
Murcharam os lamentos vindos desses olhos tristes
Caiando nosso jardim com mil perfumes primaveris
Numa rara embriaguez saborosamente submissa e viril
É tempo de nos emanciparmos desta meiga ilusão peregrina
Empoleirada nas crinas da solidão centrifugante por onde cavalgo
Desatinado pilhando o tempo proscrito, alucinado…protuberante
Na catedral deste mundo poético exponho a fé que celebro num
Rito sagrado , ajoelhando as rimas modeladas, supracitadas com mestria
Qual incenso vagando pelo altar das palavras assim empolgadas
Morreu por fim o silêncio…enterrei-o de vez…rigorosamente
Numa elegia de festejos pincelando o jazigo onde se extingue
Também a noite esgotada, taciturna…transladada…integralmente
FC