Poemas : 

Nascente

 
Tags:  sombra    pausas  
 

Sempre foi doada
a amorosa paciência
às palavras

e à lentidão das searas
olvidadas a dolência
sem voz

sempre foram
abraçadas as pausas
excessivas

e serenados
os dias de sofreguidão
atroz

mas sublimaram-se
as cores dos cardos
e apagou-se o odor dos nardos

e atravessaram-se no azul
os negros pássaros
como um esboço de sorrir

e o fulgor fatigado
das filas dos eucaliptos
como abraços elevados ao porvir?

Ainda é tão cedo
para ceder ao degredo
à beira do poço dormente…

só é preciso uma sombra
onde adormeça a pomba
na paz da fonte a correr…


 
Autor
Nininha
Autor
 
Texto
Data
Leituras
723
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
6 pontos
4
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 17/10/2017 10:25  Atualizado: 17/10/2017 10:25
 Re: Nascente
Lindas palavras que fluidificam a vida onde dos olhos nascem aos belos sentidos que se remanesce molhado pelos mais lindos sentimentos.

um poema que esta uma maravilha


Enviado por Tópico
Volena
Publicado: 15/11/2017 15:56  Atualizado: 15/11/2017 15:56
Colaborador
Usuário desde: 10/10/2012
Localidade:
Mensagens: 12485
 Re: Nascente P/Nininha
Adorei, ficou um mimo, então miminhos e beijinhos Vó

À sombra de uma parreira
descansar, comer do fruto,
a pomba, a fonte a cantar
paz, que sossego absoluto!