Somos almas a desfilar, mas preferimos a identificação com a carcaça que molda a nossa imagem. Vivemos entorpecidos pelo medo ou embriagados pela saudade ou extasiados pelo desejo. E queremos sempre qualquer coisa: mais sucesso, mais amor, mais dinheiro, mais bens materiais, mais saúde, mais jovens, mais belos, mais perfeitos,… Ignoramos que estamos a fazer o caminho de regresso a casa e a casa regressamos de mãos vazias. O que levamos é a experiência.
À porta de entrada não passa quinquilharia e o nosso coração é pesado na balança.
Não há vestes, nem plumas, nem ouro. Não há pão para nos encher o estômago nem água para nos saciar. Há aquilo que não se agarra, que não se toca, que não se vê, apenas se sente.