Depois do meu mundo ficar desabitado,
Eu voltei a abrir os olhos.
Depois do silêncio profundo
Eu compreendi.
Hesitei...sim
reconheço que o meu mundo,
onde permaneci por biliões de horas,
era mais acolhedor,
mas por vezes também, assustador.
É tempo de regressar
e de me dar, de novo.
Que significado tem a vida
sem doação?!
Então preparo-me para crescer e florescer
e arranco raízes,
tanto as que estão mais agarradas
ao centro da terra
até às que se encontram no subsolo.
Sei bem que são elas que não me permitem subir
expandir-me para a vida.
Arranco
com consciência,
não que não doa,
mas dói mais permanecer neste limbo
do que a dor em desapegar
do que já não faz sentido,
do que não me acrescenta
neste meu fluxo de energia.
Saudades dos afectos.
Aqueles afectos genuínos e sem cobranças
sem cobranças de retribuição,
mas que mutuamente surgem
em qualquer dia de sol
em qualquer dia de chuva.
Em qualquer dia...
sentido de harmonia.
Crescendo ou Subindo...
até ao encontro.
Luka