Sonetos : 

POESIA É SERIEDADE

 



Saindo das cenas bucólicas que entreter
serve a quem, mais nada lhe apoquenta
passemos pra aqueles que só sobreviver
podem, sejam restos do chão ou polenta

Pergunto-me como há pessoas que viver
nada lhes estorva esta gente, pardacenta
e passam por elas, com cínico e vil prazer
como se fossem alguma coisa ali nojenta

Eis, digam-me, como posso, com a poesia
olvidar, o que se passa no nosso dia-a-dia
brincando de rimas e de versos a entreter

Me martirizo, por não ter as forças aliadas
à minha poesia, aos meus versos, palavras
que esconjuro e o gesto fingindo escrever

Jorge Humberto
19/03/08

 
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jorgehumberto
 
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