Todas as manhãs a carroça de Ti Joaquim
lá vai ela descendo a estrada empedrada
o burro conhece-a de cor e sem frenesim
atravessa-a até há lavoura congestionada
Trabalhadores separam legumes por afim
e o verde e o maduro, enchem a amurada
da carroça nisto a besta em vasto chinfrim
queixa-se do peso e de regresso à estrada
A besta tentando a carroça ali endireitada
sujeita-se ao esforço maior de volta a casa
pla mesmíssima estrada de si empoeirada
Ti Jaquim apeou-se, e co o burro, pla mão
corre a vila não se inibindo co o que passa
a tarde assentou, são horas de fazer o pão
Jorge Humberto
19/03/08