Eu te recebo,
ínclito outono,
em graça me cedo,
na alma te tomo
e que os meus dedos d'heras
se abracem à terra,
como se as esperas
fossem andorinhas,
saudades que traio,
promessas só minhas.
Eu te recebo,
súbito arrepio,
carícia e placebo,
seda, fogo e frio
e que os meus olhos d'águas
deslizem nas serras:
sementes que tragas
na flor das neblinas,
são já cores de maio
frutando as colinas.
Teresa Teixeira