Como estás meu amor? Porque a distância fez de nós mudos e intactos?
Recordei-te mais uma vez, estavas vestido com o teu avental cor-de-rosa, aquele que tem uma vaquinha bordada na frente, lembraste? Aquele que usaste enquanto fabricavas a baba de camelo. Todo babado! Sonhei com as tuas mãos pequenas mas peludas a bater as claras em castelo, os teus pézinhos de lã calçavam as pantufas cor-de-rosa, aquelas iguais às que ofereceste no Natal e que eu encaixotei e escondi no sotão.
Fazias-me um bolo de ananás, lembro-me que me ofereces-te as cascas do ananás embrulhadas em papel de alumínio, "para recordares" dizias-me ao ouvido. Eu não pude negar a frustação no meu rosto, pensei que aquele era o momento em que me pedirias em casamento, mas não! Apenas querias dar uma de bom cozinheiro, como de costume.
Sinceramente gosto de ti, aprecio completamente os teus dotes culinários mas preciso de algo mais. És tudo aquilo que qualquer mulher deseja só te falta um bom método para te manteres acordado. Eu já tentei de tudo... mas nada te faz acordar!
Tenho pena que assim seja. Ou adormeces agarrado às meias ou agarrado aos chinelos e o meu desejo por uma noite quente de amor esvái-se ali, adormece contigo.
O que eu mais gosto em ti é do teu rabinho jeitoso e bonitinho, abanando de um lado para o outro quando caminhas. Às vezes confesso que me apetece correr até ele e apalpá-lo bem, mas tu foges-me sempre, encostas-te logo ao que podes.
Recordei-te uma vez mais por todas as vezes...
Um beijo em ti*
P.S. Esta noite quero-te aqui comigo. Sim?
. façam de conta que eu não estive cá .