Hoje quando anoitecia.
Percorria as estradas da vida.
Justo na porta do Regina Pacis,
Um filme começou a ser exibido
Na minha mente.
Confesso, a princípio, ali parada.
Senti saudades. Muitas saudades.
Senti-me sufocada.
Voltei no tempo. Folheei páginas
De histórias ali passadas.
Engoli seco as lágrimas
Que não derramei.
Quase chorei.
Reli página escrita
Neste dia.
Olhei pro céu.
De novo, olhei pro céu.
No peito ofegante,
Brotou uma prece.
Ao nosso Deus
Que tudo sonda.
Que nos conhece.
Muito nos ama.
E pelo nome, nos chama.
Seguindo estrada afora.
Fui assistindo o filme.
Que em minha mente passava.
De cada detalhe, eu me lembrava.
Já num lugar indefinido.
De novo, olhei o céu.
Já via a lua.
Era cheia.
Meio assanhada.
Não sei explicar.
Aos meus olhos,
Em duas se desdobrava.
Aí lembrei.
A lua não era só minha.
Havia outro alguém distante.
Que olhando a mesma lua.
Costurava versos brilhantes.
Emudeci.
De uma varanda apenas,
A observava.
Hoje, hoje somente.
Ela não me inspirava.
A minha inspiração.
Ficou presa na garganta.
Senti bloqueio estranho.
Nada fazia sentido.
Só o sentimento escondido.
Já iniciando este novo dia.
Voltei atrás.
Tentando uns versos.
Mas hoje, só hoje.
Meus versos saem inversos.
Tento sorrir.
Não consigo.
Sinto um vazio.
A ser preenchido.
Mantenho a fé.
Ergo as mãos.
Deus me aponta,
Intercessão.
" Uma oração sobe aos céus.
E Deus a recolhe."
Vera Salviano