Prosas Poéticas : 

Habeas corpus

 
Habeas corpus
 
Desprevenida chegou a noite
Acoitou-se entre as silvas do tempo
Denunciando a solidão que se prostra entre
As avenidas policiadas de tanta ilusão aliciada

Frutificam-se as madrugadas com perfumes
Acariciantes aquartelando nossos desejos intolerantes
Congénitos, vigiando o violável silêncio chegando beligerante
Após o soluçar hostil de um pranto sucumbindo tão vociferante

Pedi um habeas corpus à solidão ilegítima violando todos
Os prazeres sumários processados naquela reclusão literária
Onde cuidadosamente me embrenho de forma tão necessária

Foram sistemáticas as lembranças que orquestrei invadindo
Cada díspar momento perdido entre as pesquisas desta saudade
Embrionária, impondo uma prece excepcional e autoritária

Horas e horas caminham sem sentido deixando atónita esta
Impávida tristeza que ainda perdura, magoada, precária deslizando
Entre as sombras plúmeas de um inominado silêncio tão sedentário

FC

 
Autor
Frederico
 
Texto
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