Sonetos : 

O LIMBO DOS INOCENTES

 
O LIMBO DOS INOCENTES

Nas jugulares crava finas pontas
Refestelando-se um chacal nojento
Pereço, inglório, mísero alimento
Desvanecendo vistas turvas, tontas

Multiplicadas vêm ferais afrontas
Sucumbo, fraco, ao grave açoitamento
Vai terminando o ritual sangrento
Estão mortalhas malcheirosas prontas

Às gargalhadas festam testemunhas
Vendo-me a carne pelas presas, unhas
Dilacerada com brutal vontade

Serve-se alegre meu algoz injusto
É sabedor que aceitarei o custo
De conservar a pueril bondade


Jerson Brito

 
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jersonbrito
 
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