PÉTALAS NAVEGÁVEIS
(Jairo Nunes Bezerra)
Rodopiando uma pétala caiu sobre a mesa,
Ela veio transportada pela ventania reinante...
Quedei-me embevecido ante a sua proeza,
Que atuava em restrito espaço dominante!
Chuva torrencial transformou o vento em nada,
Impedindo-o de impulsionar da rosa a fração...
A mesa solitária sem a sua atração inesperada,
Triste ficou com a minha repentina desatenção!
Parou a ventania... Parou a chuva mal iniciada,
O silêncio ficou reinante na minha sala,
E regressei a minha rotina de poetizar!
Os versos saltitaram à minha volta,
Sem inspiração retive a minha revolta,
E sem jardim novas pétalas busquei noutro lugar!