Estou cada vez mais longe
do que eu sempre quis ter.
A cada passo que eu dou,
estou perto do que não vou ver.
Sigo uma dicotomia ingênua,
me desvio do caminho sempre.
Tenho uma personalidade tênue,
não me enxergo nessa gente.
Procuro frases para me guiar,
mas sinto que estou afogando.
Afogo-me, então, para voltar,
pois então estarei tentando.
Todos me estranham por aqui,
sombras envolvem meu corpo.
Saio, mas são sei por quê saí.
Provo, mas não sinto o gosto.
Estou perto de dormir hoje e
ouvir as sirenes em meu coração.
Fazer uma estátua à um só,
não tão só quanto a estátua.
Sigo a vida como uma canção
e já passei do refrão.
Me espelho em meu reflexo,
pois nada me dá mais razão.