Praia da Conchinha
Vi na praia da Conchinha,
Abrigado num rochedo,
O vulto duma sereia;
Num recôncavo se aninha,
No seu porte belo e quedo,
À espera da maré cheia.
Inconstante o mar revolto
As suas águas avança,
Sopra forte o vento solto
A maré nunca descansa.
Invadida a penedia
Desaparece nas águas,
Dá por finda a fantasia
Sem ressarcir minhas mágoas.
A olhar o mar infindo
Minha alma fica a sonhar
E o sol a bailar sorrindo
Meus sonhos vem afagar.
Juvenal Nunes