Naufrago
Nenhuma brisa há de vir neste absurdo
mas seu negro manto, contudo o rodeia
não vera que seu sentido é quase tudo
igual um bêbado andando sobre a areia
Que avança insistente a passos lentos
numa ladeira no estertor da madrugada
na vã procura do portão da sua amada
que por ele já não tem mais sentimentos
Já não existem divindades sobre a terra
todas mortas no limiar dos novos tempos
igual um naufrago na agonia que encerra
todas as forças nas suas rezas e lamentos
É absurdo ser um naufrago sobre a terra
enquanto no céu uma estrela se ilumina
baixa um véu sobre o olho que se cerra
pois mesmo aberto não possui sua retina.
Alexandre Montalvan
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