Á uma mãe, uma tia, uma prima, uma irmã e uma amiga.
Á uma alma sofrida, abafada e inundada por sua própria dor.
São 21 horas de uma noite fria, num inverno de questões, repouso sobre o lápis desejando-lhe meu perdão.
Todas as dores acumuladas por toda uma vida, todas as lágrimas derramadas, todas as lágrimas engolidas a seco, todas as lembranças que mesmo querendo, mesmo se esforçando ainda doem, aquelas que com o tempo pareceram criar tantas raízes, que ao invés de se afastarem, consumiram partes importantes de você.
É tarde pra esquecer, eu sei, mas tente ao menos ouvir.
Mesmo querendo, jamais conseguiria sentir com a mesma intensidade suas dores e angústias, seus gritos e súplicas na esperança de saber exatamente o que precisa ser ouvido.
Não posso sentir sua dor como você a sente, nem tirá-la com minhas mãos, posso apenas pedir ao vento para me soprar as palavras certas.
Mais uma vez ouvindo-o choro por hoje estar longe de ti, mesmo distante estendo minhas mãos e lhe abraço forte, ofereço meu ombro sincero, por quanto tempo você precise chorar.
Não, esse choro não fará de você uma nova mulher, não lhe salvará de si mesma, mas peço aos anjos que me iluminem o suficiente para que eu seja ao menos uma vela acesa em meio a escuridão de seu ser.
Queria poder mentir e dizer que será fácil, mas não posso, então lhe digo:
Ainda vai doer bastante, não tenho a certeza de por quanto tempo, mas posso lhe garantir que tem um prazo determinado e os dias estão contados para você ser feliz.
Os cortes não cicatrizados dentro de seu ser, ainda a tempo de dizer, que mesmo não cicatrizando, não mais vai doer.
Não fuja, não tenha medo, afinal tudo sempre tem um por quê.
Sei que anda se sentindo sozinha, até mesmo a multidão parece não lhe fazer companhia, já faz tempo e talvez tenha se esquecido, mas você ainda tem amigos, e estes jamais deixaram de zelar por você.
O engraçado é que você precisa apenas abrir bem os olhos para sentir o sabor do vento e perceber que o perdão você já tem, me enviaram pra escrever, agora basta você querer.
Sopro as palavras de volta ao vento, rezo para que você o encontre, e ouça-o atentamente a dizer que não é preciso viver com dor.
permita-se viver sem dor
o grande arquiteto do universo em sua infinita sabedoria nos deu o livre arbítrio
não pra viver a sofrer e sim pra perceber que mesmo em meio ao caos
pode sim, ser possível o convívio do mais lindo beija-flor
culpe até mesmo o incerto, diga adeus ao inverno, mas nunca à flor
pois é do amor que nasce o perdão
um dia ainda espero por mostrar que nosso grande criador é amor e nunca dor
somos suas centelhas crescendo em meio ao grande jardim chamado por terreno
a beleza existe em tudo, do grito ao ruído, da quântica à quantidade de se fazer por ignorar
devemos por lembrar que não existe crime sem castigo nem crime sem perdão
se nos fazendo surdos a ouvir, está mais que na hora reagir
e de uma vez por todas aceitar
que somos seres que devemos valorizar a missão de nos amar
e perdoar.
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Re: canto ao ponto do perdão
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