Hoje vim apenas para velar teu sono.
Para te ver tocada pelos dedos de Morpheu...
Cerradas estão as esmeraldas... Adormeceu
A musa dos lábios-fúlgidos-rosais...
Adormeceu olhos-azuis-boreais...
Ficarei te velando... Pacientemente
Até que venha “Dedos Rosados"
Descerrando as cortinas do dia
Para que Osíris, eterno valente,
Jorre paz, saúde... Constelações de alegrias...
Quero ver o teu despertar; nua, ir até a janela
E abri-la...
Deixar penetrar no nosso ambiente
A brisa matutina...
Deixar o orvalho tocar o veludo macio
Das tuas faces rosas, purpurinas...
Ó minha querida!...Fada Encantada...
Que o sereno da madrugada enrosque
No emaranhado cabelos teus!... Amada!...
Deixe que lhe beije os perfumes lilases
Toda extensão desse universo-corpo-mulher!
Adentre-lhe a alma todos os sonhos, insuflando
Todos em meu espírito opaco, fosco...
Que os ventos das monções indianas possam
Tocar-lhe e, faço votos, que deixem teus úberes
Rígidos e teus olhos açucarados pelo mel que flui
Essência fabulosa que sai em favos de ti,
Deusa majestosa de melodias pulsantes e estelares,
Fruta doce, cultivada com lágrimas, erigidas em sacro
Pomares...
Ponto de luz em fuga perdido pelas paralelas de um
Globo...
Farei-me de mármore estátua, gigante em Liliput,
Montanha...
Sempre virei velar teu sono...
Ver o sol te dardejando com seus filhos de fogo,
Penetrando quente em tua tez alva, lava, macia...
Sempre te verei tocada pelos dedos de Morpheu...
Lembras?
És minha...
Sou teu..
Gyl Ferrys