Alguém me pergunta? Quais os meus desejos?
A simples pergunta mata qualquer ânsia ou necessidade.
Temendo confesso a ausência de objectivos palpáveis.
A confusão espalha-se e confunde-se desprendimento com apatia.
Acompanhando os que amo facilito as suas vidas.
As suas vitórias as minhas vitórias são. Não necessitando agradecimento ou reconhecimento, vivo feliz as minhas e suas faltas.
Nada querendo para mim acabo por ter SEMPRE mais que aquilo que desejo. Esta fácil verdade choca a maioria e vivo na minha doce indiferença com tantos amigos quantos os que quiserem ser.
Amando a todos acabo por apenas reflectir aquilo que querem ver em mim.
Escorregando pelos meus dias sem metas acabo Cem metas alcançando.
A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.