Bela manhã em que a terra
Exalava cheiros afrodisíacos,
Trazidos pela chuva de ontem à noite,
Em que o vento,
Era antes de tudo,
Uma doce e repousante carícia.
Bela manhã onde um intruso
E lânguido sol,
Chegava a minha alma,
Aquiescente com o pecado luminoso.
Bela manhã em que o algoz telefone,
As palavras ressentidas,
Silenciaram em veneração
Por tão distinta aparição.
Bela manhã emergindo
Em meio à verdura esmerada,
De um dia em pleno esplendor.
Quando sentia na carne
O bom dia dos vizinhos,
Partilhantes do fenômeno inesperado,
Que chegara sem ruído,
Sem vestígio de tristeza.
Ficando entranhado no corpo da gente,
Como alguma substancia,
Que torna o homem um pouco divino.