No eterno comércio,
Vemos o cobertor
Que nunca cobriu.
No eterno comércio,
Imaginamos uma cadeira
Valendo mais que a vida.
Naquele deserto,
Onde o frio é quente
E o quente é frio.
Naquele deserto,
Onde todos andam
Sem sair do lugar.
Olha para a chuva,
Ela parece estar seca
Como um dia de sol.
Olha para a chuva,
Ela é como o choro
De um eterno apático.
Longe do horizonte,
Vive um louco varrido
Com ideias sobrias.
Longe do horizonte,
Temos o que nuca tivemos
E jurávamos não ter.
Passando pedidos,
Vemos que nunca pedimos
O que devíamos pedir.
Passando pedidos,
Queremos o querer
Sem nem saber o que é.
Veja so,
Tentamos um mundo
Em que todos vivam.
Veja so,
Não somos os únicos
Acreditar na humanidade.
Espantar-se,
De se confundir
Com toda esta complexidade.
Espantar-se,
Que não há um unico entendedor
Nesta enorme cidade.
Que tal uma ação,
Para mudar tudo
Que precisa ser mudado?
Que tal uma ação?
Não tenho culpa se o mundo
É uma eterna contradição.