Persiste cálida, a sombra dos olhos molhados
no vazio impudico do sono por dormir
abraça o corpo… tão-somente pele
Bate na janela o desassossego da voz, rouca
poisando no peito, as escarpas da paixão
Entreabre, o luso fusco do dia vindouro
no timbre aguçado do olhar… vão
eco de imagens repletas de insónias
esvaziando a noite da densa escuridão
Galgam os passos pausados do poema
nas areias escorreitas das palavras …vãs
como vão é o gemido silenciado do corpo
que pernoita nu, vestido de contradição
Escrito 5/9/17