Tenho alguma coisa entalada na garganta.
Não sei se é um grito que não sai,
uma não esperada decepção,
ou coisas próprias do coração.
Olho para o céu. Lindo azul, remendado de nuvens brancas.
Parecem algodão.
Paro. Penso.
Siga o rítimo ou explode coração!
Já questionei se são coisas da razão.
Talvez sim. Talvez não.
Não sei se o problema é frio,
ou vazio.
Ontem me disseram, que vivo muito a sonhar.
Como parar? Se cada sonho me sustenta...
A vida é tecida de sonhos...
Que sonhamos dormindo ou acordados.
Importa sonhar.
Enquanto um homem sonha,
está apto a amar.
Não combino com egoísmos,
de querer tudo pra mim.
Se deixo de sonhar. E só coloco o pé no chão.
Mera ilusão.
Achar que sigo caminhos retos, livres de toda tensão.
Jurei, hoje, não falar de amor.
Mas assim, não terei nada a dizer.
Amores e flores, tudo que mais quero. E que tenho para dar.
A carência humana, eu já sei de cor.
A dor, mantém distância de mim.
Desde o dia em que que sorri
na cara dela, e minha mente tagarela,
falou-lhe de todo meu jeito de ser,
de querer, de poder e vencer.
Esse nó na garganta tem muito
a ver com a desilusão.
Como pode o ser "humano"
mudar tanto de opinião?
Assim do nada, surgiu de repente.
E sem pedir permissão,
Invadiu meu coração.
Vejo pessoas a passar...
Umas agitadas, outras em passos lentos...
Cada rosto refletindo um desejo
De "ser " e de " ter ".
Mas hoje, nada me importa.
Meu coração fechou a porta.
Quem está dentro não sai.
Quem está fora não entra.
Vou à deriva, divagando.
Hoje, eu só desejo que o tempo passe...
Que um vento me abrace.
Que essa coisa que me prende.
Me sufoca e me inquieta.
Amanhã, talvez, seja
ledo engano. Apenas o vento brincando.
E que desse vazio,
Eu me refaça flor.
Aí sim, volto a falar de amor.
" Todo vazio é cheio de uma presença..."
♡ Vera Salviano ♡
Vera Salviano