Nau dos desesperados
A nossa cidade de Salvador é praticamente uma ilha, somos uma região costeira, mas nem por isso temos a oportunidade de desfrutar essa benesse presenteada por Deus, o pouco serviço marítimo oferecido à população, é verdadeiramente precário.
Sendo uma metrópole turística, teríamos que investir muito mais no nosso dom natural, mas o que vemos são lanchas, navios e tudo que flutua - não podemos chamar de barcos – sucateados.
Os Ferrryes são embarcações antigas que quebram rotineiramente, os usuários são tratados com descaso, pagam caro por um serviço essencial, por isso eles aproveitam para usurpar a dignidade dos passageiros, pegando enormes filas da agonia, tanto no Terminal Marítimo de Salvador como no de Bom Despacho, onde a Ilha do Desespero – Itaparica – poderia ser um balneário turístico, contudo o que encontramos é outro descaso.
Os nossos governantes propagandeiam obras tamanho G, mas esquecem a segurança e o zelo pelas preciosidades ao seu redor.
Nessa briga de prefeito e governo, a gente sai como sempre perdendo, onde na semana passada eclodiu a podridão náutica, que flutua pela Baía de todos os Santos, virando uma embarcação num arrecife, numa manobra infeliz, virando com 133 pessoas a apenas duzentos metros da praia, mesmo assim morreram 23 pessoas, é algo inconcebível para a nossa região, onde desastres desse quilate nunca aconteceram, mas muitos incidentes náuticos rotineiramente acontecem com embarcações de passageiros de todos os tipos, ficando à deriva na nossa baía, só que é abafado, até por falta de combustível tem embarcação ficando à deriva.
Esse caso muito sério precisa ser olhado com atenção pelos órgãos responsáveis, onde fatalidades desse tipo têm que ter uma punição rigorosa, porque não é apenas nessa travessia, tampouco nos Ferryes esse tipo de desleixo, é em toda a Bahia, fato que tem sido sempre denunciado pelos seus usuários, mas a denuncia deles, é muito pouco diante do que acontece, se formos computar realmente, teríamos um numero assustador.
Deixamos nosso apoio a todos que perderam seus entes na tragédia do Cavalo Marinho, pois não é fácil perdermos pessoas dessa forma, que essa triste mensagem tenha sido um aprendizado a todos, para exigirem seus direitos de serem tratados não apenas como consumidores, mas como seres humanos que precisam de respeito.
Marcelo de Oliveira Souza.iwa