AVES SANGUINÁRIAS
Abutres sobrevoam, famulentos
Meu corpo lacerado, agonizante
Recendem desengano os ferimentos
Da vida sou despido a cada instante
Entregue, nem profiro mais lamentos
Somente é do estertor o som reinante
Não saboreio méis, alumbramentos
O cheiro do abandono é sufocante
Lamúrias tenho tantas... Ah, são várias!
Têm pressa aquelas aves sanguinárias
Está sacramentada a dura sorte
Verdades reprimidas vão comigo
Tu vais te arrepender desse castigo
Que me infligiste... Dou-te minha morte!
Jerson Brito