As quatro velas!
Vou relembrar uma história que me contou a minha avó quando ainda era menina mas, que hoje me veio à lembrança ao apagar a lamparina da capela onde todos os dias vou rezar o terço de manhã. Agora que estou no computador, veio-me de novo à ideia e lembrei-me que talvez ninguém ou pouca gente a tivesse ouvido. Vou conta-la. Era Primavera, já um pouco adiantada o sol brilhava e o tempo começava a aquecer, um lindo dia para passear. O avô que estava a ler o jornal na varanda muito descansado de óculos na ponta do nariz teve um pequeno sobressalto quando o neto muito sorrateiramente lhe deu um beijinho na orelha sem ele esperar. O garoto rodeou- lhe o pescoço com os bracitos deu-lhe outro beijinho e ainda o avô não tinha tido tempo para se recompor já o garoto pedia avô contas-me uma história, contas? Conto, vai buscar o banquinho senta-te aqui ao pé de mim. Deu dois espirros atroadores, assoou-se, limpou os óculos pausadamente, guardou o lenço, tornou a encavalita-los no nariz olhou longe e disse: hoje vou contar-te uma lenda muito antiga que já a minha avó me contava e muita gente crianças e adultos é capaz de nunca ter ouvido. Ouve um dia estavam quatro lindas velas acesas brilhantes e vivas, de súbito uma das velas apagou-se, daí a um tempo passa a brisa e apagou a segunda vela, até que um outro sopro forte apagou a terceira, mas a quarta vela continuava a luzir mas por quê Avô, porque se apagaram as três velas e a quarta continuou acesa? Veio a resposta suavemente dolorosa: porque a primeira vela era a da Paz e ela se extinguiu, a outra a segunda vela era a da Fé e desapareceu, a terceira era a vela do Amor que infelizmente não se encontra com facilidade. Sim, respondeu o neto e a outra porque continua acesa, tornou ele perguntar numa voz doce, pura como a de um anjo, e a resposta não se fez esperar: essa continua acesa por ser a vela da Esperança e assim poder ainda acender as outras por isso vive para sempre, não morre! Então o meu menino gostou da história? Ele deitou a cabecita no colo do avô, sorriu e disse: linda avô e ficou feliz com um ar pensativo e as pestanitas a tremelicar, adormeceu. Afagando a cabecita do netinho adormecido no seu colo, murmurou: que a Luz te ilumine toda a vida e sorriu docemente. Eu adorei e os leitores?