Quando eu escrevia com todo meu amor, havia em cada linha uma vontade. Havia uma fome de tudo! De estradas e de amanhãs. O meu tempo livre, parecia sempre pouco Pra que eu encontrasse nas estrelas, Um indecifrável prazer em voar sem rumo, só para lhe encontrar. Desses mágicos prazeres que quem ama, No anseio, antecipa um instante desconhecido, Já imaginando uma lendária felicidade. A minha alma fugia daqui feito as marés apressadas em alvoroço. Escrever? As minhas letras deslizavam sobre o papel, querendo dizer o tanto quanto eu sentia, Sempre querendo presentear o meu amor com o poema que eu nunca fiz, querendo alimentá-lo só de poesia. Quando eu escrevia com amor... Até nas minhas leituras havia uma interpretação mais sentida. Tinha um jeito diferente o que eu escrevia, Tinha graça e fantasia. Não havia dentro de mim, sequer, Um poema decadente. Tudo em minha alma se conduzia com meiguice e muita ternura. Era um sentimento que mexia com tudo aqui por dentro. No meio da escuridão, àquele amor era a minha luz incandescente.