Tenho medo do mar puro
Um mar que amarga e amansa
Corro do mar e da areia branca que desliza
Que encharcam meu olhar de areia
E meu olhar de areia certa é você
Desço pela escada mansa que vem da serra
Levo o jeito de criança lisa que escorrega
Que não sabe cavalgar e tem cheiro de areia
Quando pisa num grão, sorri e faz poesia
Toca violão e corre pro mar, meu mar é você
Na beira dessa lua que desce de madrugada
Montado num vento, que nos chicoteia, mas nos ama
Que não tem tempo e faz o caminho não ser sozinho
Preciso beber da lua seu suor sagrado e quero tempo
Um tempo todo do tamanho da vida e a minha é você
José Veríssimo