Quatro braços entrelaçados
Acolhidos por quatro beijos
Em danças a quatro passos
Mornos sabores adocicados
Trocados em leves ensejos
Que se cantam em espaços
O corpo cede a cada sonho
Nos tempos que esquecem
Esses imemoriais amantes
Com ar ofegante e risonho
Alguns desejos se aquecem
Nesses amores flamejantes
Gritaram dois o pleno prazer
Do toque sossegado da mão
Na sua pele miudinha e nua
O júbilo de ter e poder fazer
O querer que bate no coração
Ao Sol do dia, em noite de Lua
O mar pegou os longos rios
A terra todas as montanhas
Até que o céu caiu ao chão
Acabaram os dias mais frios
As sensações mais estranhas
Desta vida ser mera sedução
A música agora toca sem sentido
Evapora as lágrimas de um olhar
Um abraço que desfeito amanhã
Aparece depois em corpo despido
Foi o tempo quem quis perdoar
A recordação de uma outra manhã
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma